Observability vs. monitoring: afinal, há diferença? Para muitos, não. Observability apenas é a mais nova buzzword que substitui o velho conhecido conceito de monitoring.
A origem do novo termo estaria na relevância ganhada pelo monitoring nas organizações. A disciplina mudou e evoluiu muito, tanto em termos de ferramentas quanto de táticas, a fim de atender às novas necessidades das infraestruturas e aplicações modernas. Ao mesmo tempo que ganharam muita complexidade e ficaram distribuídas, elas precisam monitorar camadas mais altas de seu stack e mais profundas de seus sistemas.
De certa forma há alguma razão nesse pensamento que conclui pela convergência. Novos termos surgem a todo momento na TI e acompanhar esse movimento em tempo real pode distrair as organizações de seus objetivos.
Mas o conceito de observability você deve levar a sério. Não porque nós estamos falando, mas porque ele veio para ficar – e já está produzindo benefícios e resultados para os pioneiros.
E não em substituição ao monitoring. Ambos se relacionam intimamente. Mas, fato é que há, sim, diferença entre observability e monitoring, apesar de uma depender do outra.
Qual seria essa diferença? Vamos à resposta! Vamos a uma definição básica de cada disciplina, para depois diferenciá-las.
O que é monitoring?
Monitoring é o acompanhamento das camadas de um ecossistema de TI à medida que elas rodam em tempo real, fundamental para identificar incidentes e atender aos SLAs esperados.
Não há uma lista estandardizada de tipos de monitoring, mas ela geralmente inclui:
- disponibilidade;
- performance;
- APM;
- API management;
- comportamento do usuário real; e
- segurança.
O monitoring evoluiu muito nos últimos anos. Hoje ele envolve uma série de ferramentas, que englobam desde verificações básicas a avançadas, tanto em ambientes on-premise quanto baseados em cloud.
Dentro das organizações, as abordagens em monitoring também variam muito. De maneira geral, elas envolvem um conjunto de ferramentas de observação, de análise e de ação.
Um monitoring consistente aumenta a proatividade das equipes, diminui o tempo de identificação e de resposta a incidentes, facilita a automação de tarefas e é fonte de oportunidades de melhoria. Isso produz satisfação para os clientes e insights valiosos para as equipes de negócio.
O que é observability?
A definição de observability é a capacidade de inferir o estado de um ecossistema de ponta a ponta pelos seus outputs, ou seja, de responder qualquer questão sobre seu negócio, aplicações ou infraestrutura a qualquer momento, não importa quão complexos eles sejam.
Em outros termos, ela é um monitoring panorâmico, que abrange ambientes on-premise, híbridos e multicloud, aproveitando todos os dados dessas fontes em qualquer escala.
Com isso, ela facilita a coleta de insights, a resposta a incidentes, o desenvolvimento e a inteligência da operação.
A observability é baseada em três tipos de dados telemétricos: metrics, logs e traces. Juntos, eles são enviados pelas aplicações para um sistema de análise, onde são analisados e contextualizados, gerando insights. Há vários desafios técnicos envolvidos nessa tarefa, que requer a eliminação de silos de dados, a geração de correlações automáticas e a capacidade preditiva.
Para lidar com o volume, a velocidade e variedade de dados, IA e ML cumprem um papel essencial, junto com outras ferramentas de monitoring. A OpenTelemetry é outra grande promessa que já vem rendendo frutos.
Monitoring vs. observability: as diferenças
A observability vai além do monitoring (mesmo que de infraestruturas complexas), ou melhor é uma evolução do monitoramento no contexto das infraestruturas modernas.
Nas aplicações modernas, com muitos serviços sendo usados para fornecer a experiência do usuário, você não monitora mais a saúde dos serviços individuais porque ele é responsável pela maior parte da experiência do usuário.
Nesse cenário, importa mais que o usuário possa fazer o que ele precisa do que se uma instância de um serviço tem um problema. Para isso, você precisa estar atento ao sistema como um todo e à experiência do usuário, não apenas a cada componente dela. Nesse sentido, a Splunk compara a observability não ao microscópio, e sim à claridade que permite ver sob o microscópio.
A observability tem a ver com a construção de visibilidade de todas as camada de negócio, dando a quem está nessas áreas maiores insights sobre problemas e user experience. Com isso, ela leva à criação de iniciativas estratégicas, além da mera resolução de incidentes.
A Splunk considera a observability uma condição para o sucesso da SRE – reliability engineering e do DevOps, além de importante insumo para equipes de desenvolvimento. O monitoring é algo necessário, mas não suficiente para criar a observability. Isso porque não há ferramenta única que entregue observability como resultado.
No entanto, o mindset da observability requer maturidade em monitoring.
Monitoring | Observability |
Indica se o sistema está funcionando | Permite que se identifique por que o sistema não está funcionando |
A coleta de métricas e logs de um sistema | Os insights obtidos desses dados |
Centrado em incidentes | Visibilidade sobre o comportamento geral de um sistema |
É algo que você faz (como) | É algo que você tem (processo) |
É de fora para dentro dos sistema (o sistema é monitorado) | É de dentro para fora (o sistema é observável por si mesmo) |
Fonte: Splunk
Do monitoring à observability: uma jornada evolutiva
Como vimos, a observability é um passo além em monitoring. Enquanto o monitoring vai no detalhe, a observability é a foto panorâmica. Seus objetivos, portanto, são mais audaciosos.
No entanto, chegar à observability requer consistência em monitoring. Não à toa falamos que é ele que ajuda a organização a desenvolver um mindset de observability.
Na Datarunk, ajudamos as organizações de duas maneiras:
- a irem de uma abordagem básica a uma abordagem robusta e consistente em monitoring e posteriormente
- a construir um mindset e uma abordagem de observability.
Em que estágio você está? Fale conosco para conhecer nossas experiências.